Olhos abertos

O sono ao volante é a causa de um grande número de acidentes de trânsito. Por isso, os fabricantes de automóveis já estão criando sistemas contra o sono.

Depois do álcool, o sono é o maior fator de risco na condução de um automóvel. O sono reduz a capacidade de concentração, a noção de distância e os reflexos do motorista, mas esses não são os fatores mais perigosos. O pior é quando o motorista cochila, mesmo que por frações de segundo, e perde o controle do veículo. Nesse momento, as piores conseqüências podem acontecer. Uma situação de sono ao volante é sempre atribuída a vários motivos, como cansaço acumulado ou apnéia.

Dormir pouco ou dormir mal multiplica por dois o risco de sofrer um acidente enquanto estiver dirigindo. Se ainda por cima a pessoa trabalha à noite, ou em turnos contínuos, o risco se multiplica por seis. O sono é a causa de 7% dos acidentes, apesar de que ele está indiretamente associado a outros fatores em pelo menos 25% dos acidentes de trânsito. O cansaço pode produzir sonolência, devido ao qual o motorista dorme instantaneamente sem que se dê conta. Já a apnéia é um mal que atinge milhões de pessoas, das quais 90% não sabem disso. Consiste em uma disfunção respiratória que impede a pessoa de descansar corretamente durante o sono. Para detectar a apnéia, é necessário recorrer a clínicas especializadas e se submeter a um exame específico.

Sintomas de quem sofre de apnéia


O sistema ConnectedDrive da BMW reduz o risco de sonolência ao reconhecer o grau de cansaço do motorista. Para averiguar essa condição, o sistema mede o número de vezes que o motorista pestaneja e, se estima que está cansado, avisa-o por uma tela no painel. Em todo caso, caberá sempre ao motorista decidir se vai parar ou continuar dirigindo. Cada vez que o motorista senta ao volante, uma câmera instalada no painel foca seus olhos e segue os movimentos da cabeça. Pela freqüência desses movimentos e a velocidade do pestanejo, é possível avaliar quatro fases de cansaço: a vigília, a redução da atenção, o cansaço e estado de torpor. Na última fase, o sistema acende luzes no painel e dispara um alarme acústico, para alertar o motorista. O sistema não tem autonomia para impedir que o motorista contiue a viagem. Isso dependerá apenas do condutor.

RENAULT
Sensor de direção e movimento das pupilas.

A marca francesa trabalha paralelamente em dois campos. O primeiro é um sensor no volante que analisa os pequenos movimentos de correção que um condutor sonolento executa. Assim, ao detectar sono, um alarme é disparado. O segundo campo pesquisa os movimentos das pupilas dos olhos. Como no sistema da BMW, conta com uma câmera no pára-brisa que registra a posição das pupilas e seus movimentos. Tem dois inconvenientes: o primeiro é que o motorista é obrigado a adotar uma posição fixa para que o sistema funcione, e o alarme só acontece quando aparecem os sintomas de adormecimento. O segundo é que, por utilizar tecnologia de raios infravermelhos, por enquanto esse sistema só pode funcionar à noite.

TOYOTA
ASV-2

Esse sistema dispõe de nove dispositivos de segurança, e um deles impede que o veículo saia de seu caminho, pois uma câmera detecta as faixas laterais da estrada.

VOLVO
SCC

O sistema sueco Safety Concept Car é parecido com o da Toyota, pois indica ao motorista quando o veículo está saindo da estrada. Nesse caso um aviso sonoro alerta o condutor.