Estado aposta no Gás Natural Veicular para enfrentamento da crise e da poluição
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Para incentivar o uso do GNV com segurança, Detran/RS e Sulgás promoveram, na quinta-feira (08), um debate que abordou as vantagens do uso desse combustível no combate à poluição atmosférica e no enfrentamento da crise econômica. O Encontro Estadual Utilização de Gás Natural Veicular: Segurança, Benefícios e Perspectivas Sustentáveis reuniu no Salão Nobre da Federasul engenheiros e técnicos que realizam a conversão de combustível, representantes de organismos de inspeção, empresas instaladoras de GNV, postos que comercializam o GNV e requalificadores de cilindros, além dos Centros de Registro de Veículos Automotores (CRVAs).
O coordenador para o segmento veicular da Sulgás, Marcelo Bratenahl Bastos, apresentou números da distribuição do GNV hoje no Estado, os projetos para expandir a produção e falou das vantagens econômicas do uso do GNV. Segundo Bastos, a utilização do GNV pode representar uma economia de 60% em relação aos demais combustíveis. “Além disso, a combustão do gás tem baixíssimo nível de resíduos, o que aumenta a vida útil do carro e torna menos frequente a manutenção”. O engenheiro defendeu o estímulo à conversão dos veículos para GNV: “Quem roda cerca de 100Km por dia, recupera o investimento em 11,5 meses”.
Mas a maior vantagem do gás natural é o menor impacto ambiental. O palestrante Salzano Barreto, da Secretaria Estadual da Saúde, apresentou dados internacionais e locais do impacto da poluição sobre a saúde da população. “Entre os efeitos já comprovados da poluição atmosférica estão bronquite crônica e aguda, maior incidência de crises de asma e intensificação das enfermidades cardiovasculares. Estudos calculam em pelo menos 3,5 anos a menos na expectativa de vida”. Para Barreto, a substituição de outros combustíveis pelo gás significaria uma redução dessas doenças nos grandes centros urbanos, com impactos importantes no sistema de saúde.
Segurança
A segunda parte do evento foi focada na questão da segurança. O engenheiro Túlio Verdi Filho, chefe da Divisão de Veículos do Detran/RS, lembrou que o número oficial de veículos registrados com GNV hoje no Estado é de 60 mil. “Mas esses são os números que a gente enxerga, dos que passaram pela vistoria, fizeram o Certificado de Segurança Veicular. Não enxergamos os clandestinos, que circulam com grande risco à população. Inclusive não é incomum encontrar veículos com GLP (gás de cozinha).”
O vice-presidente da RQSul (Associação dos Organismos de Inspeção de Segurança Veiculares do RS), Ênio Gregory Ferreira, também manifestou sua preocupação com os clandestinos e irregulares. “Pesquisa contratada pela RQSUL constatou que cerca de 35% dos veículos a gás são clandestinos e irregulares. Em alguns municípios esse percentual chega a 57%”, alertou. Ferreira alertou para a urgência de uma maior fiscalização e destacou a responsabilidade de todos – convertedoras, postos, organismos de inspeção, Estado e usuários - quanto à segurança no uso do GNV.
O diretor-geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski, falou de um assunto que permeou todos os debates da tarde: a necessidade da inspeção veicular, ou inspeção verde. “Há necessidade de atualização do inventário de emissão de poluentes de fontes móveis para a aplicação da lei. Precisamos fazer essa discussão com o viés ambiental e da saúde das pessoas”, concluiu. Szinvelski também ressaltou a necessidade de mecanismos de incentivo ao uso de gás e de projetos de lei para uso de veículos com esse tipo de combustível na frota oficial, por exemplo.
Veja mais dados e números do GNV no Estado nas apresentações abaixo:
Salzano Barreto - Secretaria da Saúde