RS adota metodologia internacional para estatísticas de acidentes de trânsito
Publicação:
Nesta Década de Ação pela Segurança no Trânsito, o Detran/RS adota a metodologia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para levantamento, controle e análise das estatísticas de trânsito. A principal inovação é o acompanhamento das vítimas até 30 dias após o acidente, cruzando as informações dos feridos em acidentes de trânsito com os registros posteriores de óbitos.
Até então, somente as mortes no local do acidente registradas como “homicídio culposo na direção de veículo automotor” eram contabilizadas. Ficavam de fora tanto as lesões corporais seguidas de morte, quanto aqueles que eram cadastrados com classificação diferente. Hoje, o Detran/RS também consulta as ocorrências de trânsito registradas com outras classificações, como “encontro de cadáver” e “falecimentos”. A base de dados utilizada é o sistema Consultas Integradas, da Secretaria de Segurança Pública.
A adoção desta nova metodologia permitiu uma visão mais realista do cenário dos acidentes fatais no RS. Em média, 33% das vítimas fatais ficavam de fora das estatísticas de morte no trânsito. A diferença, em 2011, foi de 451 vítimas (1.574 no local e 2.025 se considerados os 30 dias posteriores ao acidente). “Com dados mais precisos, é possível desenvolver políticas de trânsito mais adequadas. Essa metodologia é adotada em países que já tiveram grandes progressos na redução da acidentalidade. É um avanço para o Estado”, avalia o Presidente do Detran/RS, Alessandro Barcellos.
Até o momento, o levantamento foi feito retroativamente até 2007. O trabalho é manual, ocorrência por ocorrência, e envolve uma equipe de quatro pessoas trabalhando exclusivamente nesse levantamento.
O Detran/RS estuda, ainda, métodos para levantamento de informações qualitativas dos acidentes: toxicologia do condutor do veículo, de uso de capacete e cinto de segurança; verificação da CNH e adequação da mesma a categoria do veículo conduzido, quilometragem do veículo no acidente, presença de itens de segurança passiva, como air bag e freio ABS, se houve falha mecânica, condições climáticas e da via. Uma vez cruzados, os fatores humano, veículo e ambiente, podem apontar as causas e tendências dos acidentes, ajudando na definição de objetivos e metas, e os transformado em ações e projetos.