1996 e um novo Detran no RS
Publicação:

1996 e um novo Detran no RS
Ildo Mário Szinvelski, diretor-geral do Detran/RS
O ano era 1996. As pessoas faziam filas nos cinemas para assistir às gracinhas de 101 filhotes de dálmatas. Nas rádios, Mamonas Assassinas e Eric Clapton mudando o mundo. A internet ainda não havia estourado no Brasil. Na presidência, estava FHC; no governo do Estado, Antônio Britto; e na Secretaria da Segurança Pública, José Fernando Cirne Lima Eichenberg.
Eichenberg chegou à SSP e começou a inovar. Estava atento ao que acontecia no trânsito do país – carnificinas nas ruas e estradas e a redação de um novo código, com foco na educação, formação e fiscalização. Mais do que atualizar o que havia, ele estava trabalhando para o futuro – o que os gaúchos precisariam em termos de serviços de trânsito e de mobilidade nos anos que viriam?
O resultado foi a criação do Novo Detran – uma autarquia independente, dotada de um quadro enxuto de técnicos qualificados, gerenciando uma rede de credenciados através de um sistema informatizado forte. Nascendo junto com o novo CTB, o Detran/RS focou na educação. Ao trabalho cartorial, uniu uma nova visão de mobilidade e de responsabilidade compartilhada com o sistema privado.
O modelo atravessou duas décadas. É o momento de ajustes de rota, com os olhos no futuro. Que trânsito os gaúchos querem e estão dispostos a construir para os anos que virão? Como desejamos estar circulando pelo Estado em 2037? Haverá maior número de ciclistas, mais transporte público? Como grandes cargas estarão sendo distribuídas? Haverá maior conexão com o transporte hidroviário ou ferroviário? Como veremos os motociclistas? Qual será o espaço dos carros? O que será prioridade e impactará na qualidade de vida e no imaginário das pessoas? Teremos uma reforma viária?
Para construir, é preciso planejar; antes, porém, é preciso sonhar. Eichenberg sonhou, planejou, iniciou a construção; servidores e sucessivas administrações concretizaram o que estava somente no limiar do possível. É hora de iniciarmos um novo ciclo, com novas conexões, rumo a uma mobilidade mais humana. O futuro nos aguarda.