Número de mulheres embriagadas ao volante aumenta 6% no RS em 10 anos de Lei Seca
O número parece pequeno – afinal, são 17.962 homens contra apenas 1.685 mulheres autuadas no ano passado, mas o aumento preocupa as autoridades, independente do gênero.
“Preocupa sempre, e de maneira geral”, afirma o diretor-geral do Detran, Paulo Roberto Kopschina.
Ao todo, de 2008 a 2017, foram registradas cerca de 174 mil infrações por embriaguez no estado – quando o bafômetro aponta pelo menos 0,05 mg/L. O número de autuações, que desde 2008 vinha crescendo ano a ano, com exceção de 2013, começou a cair em 2015 e se estabilizou nos últimos três anos. Em 2017, foram 19.647 casos.
Em 2017, foram 19.647 casos de embriaguez ao volante no RS, entre homens e mulheres (Foto: Detran-RS/Divulgação)
Segundo o diretor-geral do Detran, Paulo Roberto Kopschina, o aumento de mulheres autuadas por dirigir depois de beber acompanhou o crescimento delas no cadastro de condutores do estado, que passou de 28% em 2008 para 34% do total de motoristas registrados.
“É uma mudança de comportamento. A mulher conquistou uma autonomia maior e isso se reflete em várias situações. O aumento da participação feminina na sociedade é geral”, analisa.
Lei Seca
O levantamento do Detran foi feito em função dos dez anos de Lei Seca, em vigor desde 2008 e que reduziu a tolerância para a quantidade de álcool no organismo.
Antes mesmo do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que é de 1997, a legislação já proibia dirigir depois de beber, embora a fiscalização fosse frágil e sem métodos de comprovação. Isso mudou ao longos dos anos e mais ainda em 2012 e 2016, quando todas as multas subiram de valor, aumentando o peso da punição.
“Por causa do endurecimento das penas, principalmente a partir de 2012, começou a haver uma certa estabilização dos dados. E também houve um reforço efetivo na fiscalização, que contribuiu com essa estagnação. Mas ainda assim as pessoas bebem e dirigem”, pontua Kopschina. (G1)