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Integrantes de quadrilha que clonou 1,5 mil carros são alvo de operação na Região Metropolitana

Terceira etapa da investigação mira clonadores, intermediários e estelionatários 

CID MARTINS

Cid Martins / Agência RBSCid Martins / Agência RBS

Dois grupos de uma organização criminosa envolvida no roubo e clonagem de mais de 1,5 mil veículos na Região Metropolitana entre outubro de 2015 e abril de 2017 são alvo de operação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (17). O grupo realizava mais de 80 roubos por mês. 

Cerca de 80 policiais cumpriram 15 mandados de busca, nove de prisão e ainda uma custódia do líder do esquema, preso anteriormente. As ações ocorreram em Novo Hamburgo e em Alvorada.  Até  as 7h30min, cinco pessoas aviam sido presas, além de apreendidos veículos, dinheiro e documentos falsos.

 

Essa é a terceira etapa da investigação da Delegacia de Roubos de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os alvos foram clonadores, intermediários e estelionatários. A Delegacia de Roubos de Veículos do Deic já contabiliza 40 presos. Destes, 17 seguem detidos e 34 foram denunciados. 

Todos os novos envolvidos têm antecedentes criminais, inclusive um dos presos que atuava como locutor e apresentador de uma emissora de rádio em Canoas. Ele era responsável por intermediar a venda de carros roubados. Em outra ocasião, o suspeito, que não teve nome divulgado, havia sido preso por estelionato. 

Os delegados Adriano Nonnenmacher e Marco Guns, responsáveis pela Operação Macchina Nostra, dizem que a organização era dividida por tarefas e que tinha como meta roubar e clonar até 10 carros por dia. Outro objetivo era negociar os veículos roubados, já clonados, o mais rápido possível. Ou seja, após o roubo, os bandidos não demoravam mais do que um dia para adulterar e vender os automóveis por valores entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, conforme o modelo. 

— Realizavam roubos de um mesmo modelo de carro como máxima garantia da negociação futura — diz Nonnenmacher. 

Os veículos roubados na Região Metropolitana eram vendidos para clientes do próprio Rio Grande do Sul e para outros de mais nove Estados brasileiros. As encomendas dos roubos e das clonagens eram combinadas por meio de grupos de WhatsApp.  

Estrutura da quadrilha 

A organização criminosa funcionava como uma empresa. O delegado Guns ressalta que havia o líder, Leonardo Augusto Prestes Cardoso, preso na primeira etapa da operação em uma casa em condomínio de luxo em Viamão. A estrutura contava ainda com financiadores, clonadores, vendedores, receptadores, estelionatários, falsificadores de documentos, assaltantes e responsáveis somente pela lavagem de dinheiro para os grupos investigados. 

Além de estar envolvida no roubo de mais de 1,5 mil veículos na Região Metropolitana durante o período de um ano e meio, a organização criminosa movimentou o equivalente a R$ 6 milhões neste período. Este valor é referente aos pagamentos para execução dos roubos, confecção dos documentos de rodagem e propriedade, adulterações das numerações dos veículos (clonagem) e posterior venda para criminosos de diversas cidades do Estado e do país.

Primeira etapa da operação 

A primeira etapa da operação Macchina Nostra ocorreu no final de março. Foram presos 29 integrantes da quadrilha, todos já indiciados, em uma ação simultânea ocorrida em 17 cidades dos três Estados do Sul do Brasil. Também foram sequestrados bens móveis, imóveis, joias e ativos financeiros em instituições bancárias.

Os valores apreendidos somaram mais de R$ 3 milhões. Nesta fase, ainda foram apreendidas armas, drogas, dinheiro, veículos, joias e 89 espelhos verdadeiros de Certificados de Registros e Licenciamentos de Veículos do Detran de Santa Catarina.

Segunda etapa da operação 

A segunda fase da investigação do Deic ocorreu após a remessa de inquérito policial à Justiça referente à lavagem de dinheiro da quadrilha. Na ocasião, cinco integrantes da organização criminosa foram indiciados, tendo bens e ativos financeiros sequestrados. 

Guns e Nonnenmacher dizem que agora, na nova etapa da investigação, obtiveram mais provas contra os integrantes já presos anteriormente, além da inclusão de outros nove suspeitos ligados especialmente à clonagem e à extorsão de vítimas. 

— Eles não foram identificados nas duas primeiras fases e, além disso, comprovamos novos roubos praticados pelos grupos envolvidos. Ao todo, chegamos em 39 criminosos — ressalta Guns.  

Dois clientes da quadrilha, que atuaram como receptadores, foram igualmente indiciados durante a investigação.

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