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Lugar de criança é na cadeirinha

Risco de morte ou lesão grave pode ser reduzido em 71% com equipamento

Porto Alegre - Para estimular o aumento do uso de equipamentos de segurança para crianças no trânsito estão sendo realizados seminários no Brasil sob o tema Segurança da Criança nos veículos: Dispositivos Infantis de Retenção Veicular no Brasil, que chega hoje a Porto Alegre. A iniciativa é da Fundación MAPFRE, que desenvolveu estudo na América Latina e Caribe para avaliar a situação. O evento, com início às 9 horas, tem a parceria da ONG Criança Segura, do Ministério das Cidades (Denatran), da EPTC e da Fundação Thiago Gonzaga e ocorre no Hotel Blue Tire Premium (Avenida Cel. Lucas de Oliveira, 995 - Porto Alegre).

Entre os dados da pesquisa Cadeirinhas de segurança para crianças, da Fundación MAPFRE, o trânsito é responsável por quase 6,5 mil mortes de crianças na América Latina por ano. O uso de equipamentos de segurança, como bebê conforto, cadeirinha, assento elevado e cinto de segurança poderia reduzir o risco de morte ou lesões graves em 71%. Nós sugerimos ampliação da obrigatoriedade para táxis, veículos escolares, ampliação da idade da obrigatoriedade de 7,5 anos para 10 anos, explicou a coordenadora nacional da Criança Segura, Alessandra Françoia.

Brasil começou muito tarde

A presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga — Vida Urgente, Diza Gonzaga, salienta que a obrigatoriedade do uso das cadeirinhas começou muito tarde no Brasil. Ela lembra que alei foi aprovada em 2008, mas apenas após dois anos foi entrar em vigor, para que as bricas dos equipamentos e montadoras de automóveis se adaptassem.

EFICÁCIA DA LEGISLAÇÃO

De acordo com dados do Denatran, o uso do bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação é a única forma segura de transporte de crianças em veículos — estes equipamentos podem reduzir o risco de morte ou lesões graves em 71% e o de hospitaliza em 59%.

Em 2010, segundo o Ministério da Saúde, 685 crianças morreram e 3.673 foram internadas vítimas de acidentes como passageiras de veículos.

Em um ano de obrigatoriedade, a cadeirinha já reduziu mais de 40% das mortes de crianças com até sete anos em acidentes de carro no Brasil, segundo a Polícia Rodoviária Federal

MORTES NO TRÂNSITO

- Taxa de mortalidade infantil (trânsito): 32 para cada 1 milhão de habitantes

- Taxa de mortalidade relativa referente à Suécia (país modelo): 488%

VÍTIMAS FATAIS NO RS EM 2011

- Zero a 10 anos -51 mortes — 3% do total -11 a 14 anos - 30 mortes — 1% do total - 15 a 17 anos - 68 mortes — 3% do total

VÍTIMAS FATAIS NO RS EM 2012

- Zero a 10 anos -23 mortes — 3% do total -11 a 14 anos-11 mortes — 1% do total -15 a 17 anos -22 mortes — 3% do total

TRANSPORTE SEGURO

- As crianças menores de 10 anos devem viajar nos bancos traseiros dos veículos, salvo exceções como camionetas sem banco traseiro ou quando o número de crianças superar o dos bancos traseiros, e usando cintos/cadeirinhas.

- As crianças menores de 7 anos e melo devem usar dispositivos de retenção adequados. Para as crianças a partir dessa idade, o cinto de segurança, como os demais ocupantes.

- As exigências relativas às crianças menores de 7 anos e meio não se aplicam aos veículos de transporte coletivo (como os de aluguel), ou aos de transporte autônomo
de passageiros (táxis) ou aos veículos escolares e aos demais veículos com peso bruto superior a 3,5 toneladas (como caminhões e ônibus).

- A criança pode ser transportada no banco dianteiro, com o respectivo dispositivo de retenção, quando o banco traseiro do veículo tiver somente cinto de segurança de dois pontos (esses cintos não permitem a fixação do dispositivo regulamentado no Brasil) e sempre que se tiver todo tipo de cuidado (colocação do banco com retrocesso máximo, etc.)

PROPOSTAS DE AÇÃO

- Padronizar a definição de criança no contexto do trânsito. - Padronizar a definição de morte em acidente de trânsito, considerando óbitos no local e até 30 dias após o acidente.
- Fazer um estudo que permita determinar o grau de perda de casos em cada um dos países.
- Padronizar as estatísticas de cada país entre as diferentes esferas públicas.
- Especificar dentro das causas externas quais os acidentes de transporte e de trânsito.
- Chegar a um acordo em todos os países da região sobre uma normativa comum sobre as cadeirinhas de segurança para o automóvel
- Eliminar existência de leis diferentes no mesmo país. - De maneira urgentíssima: eliminar, em alguns países, as possíveis referências ao perigoso anacronismo de levar as crianças no colo dos adultos.
- Incluir na legislação para as cadeirinhas requisitos técnicos de âmbito Internacional.
- Desenvolver campanhas sobre uso certo de dispositivos. - Melhorar a fiscalização.
- Promover transferência de iniciativas de sucesso.

O SEMINÁRIO

9h30 - Abertura
9h45 - Apresentação da pesquisa - Julio Laria dei Vas, Diretor do Instituto de Segurança Viária da Fundación MAPFRE - Espanha
10h30 - Comentários de especialistas - Alessandra Françoia, Coordenadora Nacional da ONG Criança Segura, Vanderlei Capellari, Secretário de Mobilidade Urbana e Presidente da EPTC, Diza Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago Gonzaga, Maria Cristina Hoffmann, Coordenadora de Educação no Trânsito do Denatran 11h15- Perguntas
- Mediação de J. Pedro Corrêa, Especialista em Programas de Segurança do Trânsito e autor do livro 20 anos de lições de trânsito no Brasil

Principal causa de morte

Para o diretor técnico do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), lido Mário Szinvelski, o elevado índice de mortes de crianças em acidentes de trânsito decorre justamente da não utilização dos equipamentos de segurança adequados.

Falta educação, conscientização e conhecimento sobre a norma. Os pais se preocupam com alimentação, agasalhos, vacinação, educação, mas não têm cuidado no transporte dos seus filhos, lamentou. Só de janeiro a maio de 2012, foram realizadas 2415 autuações no Rio Cirande do Sul pelo artigo 168 do código de trânsito, que trata do transporte de crianças sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas. Em todo o ano de 2011 foram 5326 autuações pelo mesmo motivo.

Fiscalização aumenta autuações

Szinvelski avalia que o número de autuações de 2012 está em quase metade do total de 2011 pelo aumento na fiscalização de trânsito no Estado. Ele ressalta ações COMO as blitzes dos programas Balada Segura e Viagem Segura, além da união entre os entes e órgãos de fiscalização de trânsito no Estado. Mas ele também ressalta que a falta de conscientização tem ligação direta com os números. Diza Gonzaga avalia que ainda falta muito em fiscalização. A fiscalização é o ponto fraco no nosso País todo. É quase inexistente, e a cadeirinha não é fiscalizada, afirmou. Ela também ressaltou que não basta apenas isso, mas também aplicar a punição adequada. A impunidade também é uma causa de acidentes.

Segurança sempre

Ildo Mário Szinvelski (foto) ressalta que muitos pais erram ao não colocar seus filhos nas cadeirinhas quando vão fazer percursos curtos de carro, achando que não é necessário, o que pode ser fatal.

Desde sempre

Segundo Diza Gonzaga, a Fundação trabalha em parceria com sindicatos para conscientizar as mãe s desde cedo. Nos hospitais e clínicas obstétricas já são passadas informações sobre o uso da cadeirinha.

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